Arrumando o Coração
Há momentos em que o coração parece um grande armário bagunçado, onde se misturam os sentimentos mal resolvidos, as mágoas, as paixões, os amores, a fé, as dúvidas, as incertezas, as amizades, as inimizades, as desilusões... então tudo começa a ficar encoberto pela poeira do comodismo e a ser devorado pelas traças do “deixa pra amanhã”... chega uma hora em que não conseguimos mais encontrar nada, que começamos a perder o que tem de melhor lá dentro, misturamos tudo. Como consequência, maltratamos a quem nos ama, acreditamos novamente naquela velha ilusão e a decepção chega mais uma vez, deixamos as mágoas criarem raízes cada vez mais profundas, alimentamos as dúvidas, as velhas inimizades estão tão bem rotuladas e guardadas por lá que algumas vezes nem lembramos mais do porque daquele título, mas ele está lá, então acreditamos nele... as amizades ficam misturadas com esses maus sentimentos, a família, que foi a primeira a ser guardada, não sabemos mais nem onde está... Enquanto isso, a cada dia, Deus nos concede dádivas maravilhosas que não conseguem se fazer enxergar pelo coração, pois ele está entulhado demais pra ver alguma coisa. É mais fácil lidar com a costumeira bagunça, seguindo aquela velha frase: “eu me entendo na minha bagunça!”. Dessa forma vamos deixando de lado os presentes que recebemos da vida, por não termos mais lugar onde guardar. E se acontece um fato novo, inusitado??? Aí entramos em colapso, pois já carregamos tanta confusão dentro de nós que parece impossível resgatar os sentimentos certos pra agir nas situações importantes, então saímos atirando pra todo lado, magoando, ferindo, escorregando, caindo, derrubando e por vezes até atirando no próprio pé.
Se isso é tão ruim, por que continuamos assim? Por que não arrumar essa bagunça? Por que não jogar fora os sentimentos prejudiciais, aqueles que só ocupam espaço, que pesam, que aprisionam, que cegam? Por que não reciclar os velhos hábitos, tirar a poeira dos bons costumes, colocar um sachê bem cheiroso na gaveta das amizades, tirar a família daquele lugarzinho escondido e colocar bem linda num lugar muito especial, limpar bem a prateleira do amor pra que nem a traça nem a ferrugem o corroam, deixando-a bem ventilada para que respire da liberdade? Assim, sobrará bastante espaço pra receber as bênçãos Divinas, transbordará serenidade para acolher a vida, para viver os sentimentos certos, para enfrentar as situações difíceis, para encontrar as melhores soluções. E tudo que estiver lá dentro estará bem preservado.
Então, vamos começar agora! Vamos tirar tudo que há no coração e arrumá-lo só com as coisas boas, deixando de fora o orgulho, a soberba, os ressentimentos, os melindres, o egoísmo, trazendo pra dentro o amor, a humildade, a fé, o perdão, o altruísmo, a paciência, a bondade e sobretudo DEUS. Comecemos sendo bons com nós mesmos e arrumemos delicadamente o nosso próprio coração.
NOTA: Texto originalmente publicado em 07/01/2009. Devido à mudança no sistema de gerenciamento do portal, alguns conteúdos, como o da Coluna Palavras de Luz, não puderam ser migrados, motivo pelo qual foram novamente postados, constando a data de início das atividades do novo Mural da Vila. Infelizmente, não pudemos fazer o mesmo com os comentários postados para esta matéria, mas ficaram todos registrados no coração, como um gesto de carinho.